Guia completo para visitar o Peru – muito além de Machu Picchu!

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Uma terra de restos pré-colombianos, cidades perdidas, montanhas andinas que chegam a 6.700m de altura, selva, dunas, praias… Tanto para ver! Assim é o Peru, que, mesmo escondido atrás da fama de Machu Picchu, costuma deixar um gosto de “preciso voltar” para a maioria dos viajantes que passam por ali e se surpreendem quando descobrem que há muito mais pedindo para ser explorado. É um país cheio de oportunidades para experiências de viagem memoráveis e aventuras ao ar livre.

Um pouco sobre mim:

Obrigada a tirar férias pelo trabalho, há dois anos vim parar aqui no Peru pela primeira vez através daquelas lindas promoções aéreas que encontramos de última hora. Aí caí de amores, literalmente! Conheci meu boy Cusqueño na trilha do Salkantay e desde então fiquei meio enrolada com este lugar – encantada não só com ele, mas com toda a beleza e qualidade de vida que via por aqui, até que, entre ir e vir tantas vezes, me mudei para cá (Cusco) “definitivo” em maio deste ano. Ele é guia de montanhas e eu sou exploradora nata trabalhando numa agência de turismo. Ou seja, turismo é o que vivemos por aqui. Durante esses dois anos, tive tempo de receber visita de amigos, tio, mãe, etc., repetir visitas nos sítios arqueológicos trocentas vezes e acabar conhecendo bastante da região de Cusco. Também pude sair de mochila por algumas outras regiões do país. Uma coisa que lhes digo sobre o Peru: este país é abençoado por Pachamama (Mãe Natureza) e faz todo o sentido do mundo os Incas, um povo tão conectado com o “todo”, ter escolhido aqui para prosperar.

Agora sim, vamos lá!

Informações práticas

Principais destinos

Informações práticas

Quanto custa?

De forma geral, fazer turismo no Peru acaba sendo um pouco mais barato do que fazer turismo no Brasil neste momento, mesmo com a nossa moeda em baixa. Claro que sempre tem suas exceções e, no que se trata de turismo, tem bastante “coisa pra gringo ver” por aqui. Por exemplo, um mesmo trekking nas montanhas pode variar entre 180 – 4.000 USD. Aí a opção é sua.

Sobre a moeda, más notícias: em abril deste ano o câmbio estava em torno de 1 SOL = 0,95 Reais, o que nos deixava numa posição em conta, praticamente de igual para igual. No entanto, nos últimos meses a cotação diminuiu bastante. Hoje (14/09/2018), por exemplo, trocando a moeda em solo peruano se consegue 1 SOL = entre 0,75 – 0,80 Reais. Tem gente que prefere trabalhar com os dólares porque se sente mais seguro que vai encontrar mais opções de câmbio, etc. Mas tudo depende da cotação no dia em que você comprar a moeda, já que o dólar tem oscilado bastante para nós, brasileiros. Recomendo que você coloque no papel e veja o que é mais vantajoso, trazer reais ou dólares.

Quando ir / Clima

De maneira geral aqui tem estação seca (abril até setembro/outubro) e chuvosa (outubro/novembro até março), que na teoria funciona e na prática nem sempre. Dependendo da região, pode chover, nevar, fazer sol, fazer frio – isso tudo num único dia. Isso é bem aplicável na região de Cusco. Por geral, a região sul é mais fria.

Para visitar Machu Picchu e Cusco, o ideal é vir na estação seca, claro. Porém também há vários turistas que seguem visitando durante todo o ano, sem parar. Se vier na época de chuvas, a única coisa que recomendo é estar com o humor preparado para enfrentar dias chuvosos e trazer uma boa capa de chuva – e sim, pode ser que encontre o Rei Sol em algum momento! Machu Picchu está sempre aberto, 365 dias por ano, já a famosa Trilha Inca (Inca Trail) fica fechada em fevereiro para que façam sua manutenção.

Lima, à primeira vista, é seca, rodeada por dunas e mais dunas, porém tem o clima bastante úmido. As estações são um pouco mais definidas e a chuva (garoa) só aparece no inverno entre julho e agosto, com dias mais cinzas. O verão já conta bastante com a presença do sol e, já que é úmido, fica BEM calor e grudento.

📷 @aligallo7

A parte litorânea ao sul de Lima é um extenso deserto aos pés dos Andes que, junto com a corrente fria de Humboldt, deixa essa zona ainda mais árida e seca. Apesar da temperatura não baixar de 12° C, a sensação térmica pode ser mais baixa. No verão o sol brilha com força e a temperatura já fica em 30° C. Chove muito pouco. É nesta zona que estão alguns pontos válidos de visitar como Nazca, Huacachina e Paracas.

Ao norte de Lima, resumo: 300 dias de sol por ano. As temperaturas são altas por praticamente todo o ano e só mudam quando acontece o fenômeno El Niño. Apesar de não ser tão famosa entre os turistas estrangeiros, a costa norte do Peru tem praias bonitas e muito boas para o surf – alguns dizem que aí foi criado as primeiras pranchas de surf, feitas de uma planta chamada totora (as mesmas que fazem as Ilhas Flutuantes de Uros em Puno).

Já a melhor época para visitar a selva peruana é entre abril e outubro, fora da temporada de chuvas, quando os caminhos estão menos perigosos e mais transitáveis. Há partes em que o calor pode ser maior que os 35° C, e outras mais ao sul que, entre maio e agosto, recebem frente frias e as temperaturas podem baixar até 12° C à noite. Ainda sim, como o Peru pega uma faixa extensa de diferentes climas, recomendamos que consulte cada destino em específico, principalmente sobre as diferentes selvas como na região de Iquitos, Madre Díos ou Manú.

Quanto tempo de viagem

Visitar todo o Peru de uma só vez é um tanto difícil já que o país é bem grande e é cortado pelos Andes, o que torna tudo um pouco mais longe (ao menos por terra). É possível sim fazer Machu Picchu (MP para os íntimos) com uma semana de férias, mas tenha em mente que, se você não tiver ao menos 3 a 4 semanas, você provavelmente não vai conseguir realmente explorar o Peru. E não tente fazer tudo apressado, porque, além de não aproveitar o máximo de cada parada e da larga distância entre os lugares, ainda tem a parte da aclimatação à alta altitude que acaba pedindo ao nosso corpo para ir mais devagar.

Transporte

Táxis: pessoalmente foi meio estranho entender que qualquer carro pode ser um táxi. Ao menos na região de Cusco não existe muito isso de “táxis oficiais”. Ou melhor, eles existem, mas na verdade você pode chegar na rua, levantar seu braço e algum carro vai parar para te levar aonde você queira. Isso é muito normal por aqui, e não é perigoso. Dica: Sempre ande com trocos. Os taxistas ficam muito “molestos” (aborrecidos) quando você dá uma nota muito alta sem avisar antecipadamente.

Ônibus: a empresa regular de ônibus que dá mais segurança aos passageiros que querem ir mais rápido possível de um lugar ao outro é a Cruz del Sur. No entanto, uma ótima opção para quem tem mais tempo para enjoy the ride é a empresa de bus chamada Peru Hop. Com eles, você tem a opção de fazer todo um circuito de viagem, seja de Lima a Cusco ou voltando de Cusco a Lima, aonde você pode parar nas cidades mais must do do Peru, aproveitar quanto tempo quiser e embarcar para a próxima parada. Fica mais fácil de ver todas as possibilidades no mapinha disponível no site.

Aviões: como disse antes, as distâncias são bem largas entre uma cidade e outra, então pode valer a pena viajar de avião. Os preços das passagens, porém, não são os mais convidativos. Internamente algumas cias aéreas, como Peruvian Airlines e Viva Air, podem ser mais baratas que as gigantes Latam ou Avianca.

Segurança

Sempre que viajei no Peru, maior parte do tempo sozinha, me senti segura. Não sei se isso se deve ao fato que deixei o Brasil numa situação caótica de segurança e acabei me sentindo quase num país europeu, despreocupada. Mas, não se engane… Continuamos na América Latina!

📷 @aligallo7

Aqui tem pontos que você deve se preocupar com sua segurança, sim. Principalmente na cidade de Lima. Já escutei relatos de gente que foi roubada porque andava com celular na mão e também histórias de turistas desatentos que acabaram indo caminhar tarde da noite sozinhos e tomaram a pior. A gente sabe dessas histórias todas, né?! O lado bom é que o turismo aqui no Peru é um dos pilares mais importantes da economia, então, na parte turística das maiores cidades, quase sempre está cheio de policiais pela rua, e realmente é difícil algo ruim acontecer.

Vacinas

A mais recomendada é a vacina de Febre Amarela, mas isso só se você for para a parte da Amazônia do Peru. Para os brasileiros não é obrigatório tomar vacina alguma.

Mal de altura

Isso se aplica na região dos Andes, mais ao sul do país (Cusco, Arequipa e Puno). Se trata da adaptação do nosso corpo à menor quantidade de oxigênio no ar que pode ocasionar sintomas como forte dor de cabeça, vômito, tontura. Não são todas as pessoas que sentem algum destes sintomas, mas, para as que sentirem, não se preocupem, o mal estar deve passar depois do terceiro dia.

📷 @aligallo7

Recomendações: tomar bastante água, chá de coca, e não fazer como eu – cair na tentação do Free Drink no hostel e tomar cerveja (ou qualquer tipo de álcool) nos primeiros dias (acreditem, aprendi da pior maneira, não façam isso!). Para os que gostam de um remédio para prevenir qualquer problema, a melhor opção é o Acetazolamide (Diamox).

Principais destinos

Machu Picchu – Uma das Maravilhas do Mundo Moderno

Depois de um tempo trabalhando em agência de turismo no Peru e também conversando com um tanto de gente, percebi ser importante esclarecer logo de cara um ponto simples: Lima não é a porta de entrada para Machu Picchu, e você não pode chegar na capital e pegar um trem para chegar lá. Para chegar até MP é uma longa viagem e antes de tudo você tem que chegar até Cusco, para depois chegar até Águas Calientes e daí subir para MP. Acredite, se você já sabia disso, já tem pontos positivos, porque é enorme a quantidade de gente que nem pensa isso antes de vir para cá. Mas vamos falar disso por completo mais adiante, deixemos agora para entender um pouco do porque este é um dos lugares mais visitados do mundo.

📷 Ferdinand Soto

MP é muito mais do que estas famosas ruínas incas escondidas entre montanhas. O Santuário Histórico de Machu Picchu tem 33mil hectares, possui uma diversidade imensa de fauna e flora e é Patrimônio Cultural da Humanidade (UNESCO) desde 1983. Ideias de expandi-lo para um Parque Nacional e abranger mais área protegida já existem. A cidadela de MP foi uma cidade como muitas outras no tempo em que os Incas governavam o território, com funções administrativas e religiosas. Tinha templos cerimoniais, escolas, centro de observação astronômica, zona agrícola com evoluídos canais de água e um palácio do líder, sendo que aí viviam pessoas de uma classe social mais alta. Ficou “perdida” até 1911, quando o Dr. Hiram Bingham, guiado por um menino local, chegou à Cidadela. E é exatamente por este motivo que hoje em dia MP é um lugar tão especial, pois foi uma das únicas cidades Incas em que os espanholes na época da conquista não conseguiram chegar/destruir, ficando praticamente conservada ao longo dos anos.

Machu Picchu na prática: Como chegar e como funciona

Se você comprar pacotes turísticos para Machu Picchu, a entrada está quase sempre incluída. Mas se você quiser ir por conta própria, pode contratar um guia na porta (recomendo, para entender melhor) e pagar a sua entrada individual que vale 152 SOL e está incluso somente um turno (manhã: 6h – 12h ou tarde: 12h30 – 17h). Normalmente o primeiro turno acaba logo, assim como o ingresso à Huayna Picchu (uma das montanhas que se pode escalar para ter outra vista do parque). Agora as regras do parque mudaram, deixando tudo um pouco mais restrito, então recomendo que você aproveite o máximo que puder no mirador para depois entrar em um dos circuitos que são somente one-way e acabam na saída, não podendo regressar. Também é super importante ter em conta que não há banheiros dentro do santuário, então, faça tudo o que tenha que fazer antes de entrar. É possível, e recomendado, comprar os ingressos online no site oficial.

📷 Ferdinand Soto

Deixo abaixo um esquema das maneiras mais clássicas de chegar até Águas Calientes, a cidade-base do Santuário Histórico de Machu Picchu. Para ir de Águas Calientes até Machu Picchu há duas opções: a pé em uma trilha, subindo escadas por 1 hora (acesso gratuito) ou ônibus (12 USD somente ida).

  • Por mini-van + trem

Cusco – Ollantaytambo: com mini-van ou taxi (público: 10 SOL | privado 80-100 SOL)

Ollantaytambo – Águas Calientes: por trem (USD 66 – 97 os mais básicos | 2h de viagem | www.perurail.com)

  • Por mini van + caminhada ou opção de trem

Cusco – Hidrelétrica: mini-van (35 – 40 SOL | 6h de viagem)

Hidroelétrica – Aguas Calientes: a pé (1000 calorias :P) ou trem (32 USD)

Aqui também tem a opção de sair de Cusco e ir primeiro até Santa Teresa e aproveitar as Águas Termais de Cocalmayo (10 SOL entrada) que são bem boas. Depois, um táxi de Santa Teresa até Hidrelétrica vale em torno de 20 SOL.

  • Por caminhada

Existem muitas opções de trekkings que te levam a Cidadela de Machu Picchu by foot (ao menos a maior parte do tempo caminhando). Algumas delas são: Salkantay (4 ou 5 dias); Lares (4 ou 5 dias); Inca Jungle (3 ou 4 dias); Caminho Inca (2 dias, 4 ou mais) e Choquequirao (de 7 – 10 dias). Elas todas tem diferentes propostas, eu diria: algumas são mais culturais, de aventuras, de festas misturadas com aventuras, outras já exigem mais preparo físico (e mental) do que outras. Estas caminhadas são, na verdade, travessias, pois ao longo do caminho você vai acampando em cada parada; hoje já existem até opções para dormir em luxuosos lodges ao longo do caminho. De novo, aqui tem diversas opções, tanto de preço quanto de dias ou propósito da viagem. Se você escolher ir a MP a pé recomendo estudar cada uma das opções que mencionei para ver qual seria a melhor para o seu caso.

Onde ficar em Águas Calientes / Machu Picchu

Vista Machu Picchu

Por ser um hostel mais refinado, acaba sendo um pouco mais caro na média do que outros hostels disponíveis na área. No meu caso esse lugar foi excelente porque eu estava com família e queríamos realmente descansar antes de subir a MP. E também, como a estadia em Águas Calientes (AC) normalmente é só de um dia (às vezes nem isso), eu me deixei gastar um pouquinho mais do normalmente gasto com hospedagem. Tem uma piscina top na sacada, com uma vista panorâmica das montanhas/Pueblo de AC. O café da manhã (razoavelmente bom) estava incluído com frutas, pão e sucos. Como o hostel também fica numa localização boa (bem perto da estação de trem) ele pode ser barulhento durante o dia, mas não precisa levar muito em conta isso porque em AC normalmente durante o dia você já foi embora ou está em MP.

Cusco – “O umbigo do mundo”

Quero primeiramente alertá-los que não vou conseguir ser imparcial sobre esta cidade porque ela tem meu coração. Sou apaixonada por este lugar, e não é a toa que escolhi Cusco para ficar nos próximos anos. Aqui me sinto segura, tenho montanhas lindas ao arredor, gente de todos os cantos do mundo, sempre tem coisas para fazer e mais histórias para descobrir enquanto se caminha por ruazinhas do Centro Histórico que te fazem sentir em outro tempo. Aqui praticamente qualquer ruazinha pode virar cartão postal ou encher seus olhos de beleza.

📷 @aligallo7

Cusco foi a cidade mais importante do Império Inca, sendo a capital econômica, política, espiritual e militar de Tahuantsuyo (o território Inca, que significa “As quatro regiões do Sol”) e foi desde este lugar que eles saíram para suas conquistas, tornando esta civilização uma das maiores e mais avançadas das Américas com uma população que chegou até 15 milhões de habitantes em seu apogeu. Existe um mito que o Deus Sol enviou seus filhos Manco Capac e Mama Ocllo a começar uma nova civilização, com melhores valores e respeito por Pachamama (Mãe Natureza). Assim, eles partiram com um bastão de ouro em suas mãos do Lago Titicaca buscando a terra prometida. Quando o bastão sucumbisse na terra seria o sinal deste ser o lugar escolhido pelo Deus Sol a ser a Capital deste império – tal fato aconteceu nas montanhas de Cusco, no Cerro Huanacauri.

O que fazer em Cusco

Cusco tem uma infinidade de coisas para fazer e descobrir. Aqui estão as minhas atividades favoritas desta cidade, algumas bem turísticas mesmo, outras um pouco menos populares.

Free Walking Tour: todos os dias fazem passeios diferentes, explicando muito bem o que passa e o que passou na cidade de Cusco. Saem sempre da Plaza de Armas em 3 horários por dia (agora está em 10, 13h e 15:30, mas o ideal é quando chegar em Cusco, ir na Plaza de Armas e ver as horas em que estão saindo – sempre tem gente ali panfletando). E o melhor, é que você paga o quanto acha que deve pagar – ou seja, trabalham com contribuição espontânea -> só não esqueça que esse é o trabalho deles.

Museu Inca: um dos museus mais importantes de Cusco, e que mais vale a pena a visita para aprender muito sobre a cultura pré-colombiana. É autoexplicativo, então vá com tempo para conseguir ler tudo que puder. Não tem entrada inclusa no boleto turístico, custa 10 SOL.

Planetário: para mim foi uma das melhores experiências aqui na cidade. O Planetário tem uma clima totalmente familiar, e senti que tem um toque de amor no que fazem – e isso faz muita diferença! Eles fazem uma introdução, contando um pouco sobre o céu em geral e como os Incas o observava. Para ter ideia, os incas viam a Via Láctea ao contrário à nossa visão mais comum, notando o que estava de escuro nela e não as luzes das estrelas em si. Depois disso tem observação dos planetas na parte de fora do Planetário. As reservas e consulta disponibilidade podem ser feitas por whatsapp (+51 974877776).

Qoriqancha: Foi o templo mais importante do Império Inca; o templo do Sol; o coração do Puma – a parte central das ruas de Cusco tem forma de um Puma, e este templo é o seu coração. Quando os espanhóis chegaram, construíram a Igreja/Convento de Santo Domingo em cima deste templo, mas ainda é possível ver importantes espaços do tempo dos Incas quando se faz a visita. Entrada: 10 SOL (não está incluso no boleto turístico).

Coca Museum: este, na minha opinião, é um dos museus de Cusco mais interessantes para um “passeio de conteúdo”. Aí você aprende tudo sobre a Planta Sagrada dos Incas, seus mitos, história, usos, deuses, etc. É super barato para entrar (5 SOL) e alguns dias a entrada é livre. Ele não está na rota clássica dos museus de Cusco.

Museu das Plantas Sagradas: este também é outro museu que não está tanto na rota clássica dos museus de Cusco. É uma sala/loja, que tem expostos diversas plantas da região, e aí você pode aprender mais sobre cada uma delas. Tem de tudo mesmo. Além disso, tem outras duas coisas bacanas aí: 1) todas as sextas, às 18h tem Cerimônia do Cacau (é cobrado um valor x); 2) tem almoço vegetariano por 10 soles [demorei para descobrir isso :P]. Entrada gratuita.

Museu do Cacau: um dos mais populares aqui. E tem motivo. Ele é um museu em que não te oferece apenas a história do Cacau no país, mas também te dá uma experiência em conhecer os tipos de produtos que eles tem, como são feitos, etc. Fazendo parte do mini tour, você experimenta quase tudo, incluindo os chocolates e licores que eles fazem. Também, por uns soles a mais, você pode participar de workshops, etc. e conhecer mais. Entrada gratuita.

Museu do Café: este museu tem uma proposta bem parecida com a do Cacau, porém não te dá a chance de experimentar tudo o que falam (sem pagar, é claro!). Tem um mini tour básico que te situa na história do Café no mundo e também no Peru. Eaí vão te falando das máquinas, da evolução das coisas no país em relação ao café, etc. Você tem a chance de pagar por um workshop (Taller de cultura cafeteira) e fazer parte do processo de produção de café, aprender mais sobre os tipos, e, ao final, de escolher em qual processamento você quer tomar o seu café. Entrada gratuita.

Mercado São Pedro: hm… difícil explicar, tem que ir e ver a loucura que é! Passeio clássico da cidade. Se você estiver com a autoestima baixa passe pelo corredor aonde fazem os sucos que você vai se sentir a pessoa mais querida do mundo. Também não deixe de ver a sessão das frutas para experimentar algumas bem diferentes do que estamos acostumados no Brasil.

Caminhar no bairro San Blass: tem mil e uma coisas nesse bairro. Lojas de artesanato, hippies com produtos alternativos, lugares de yoga, classes de espanhol, opções demasiadas de snacks, cafés, crepes, cenas, almoços, padarias, bares para a noite, etc. O bairro é muito agradável e sempre me senti muito segura caminhando pelas ruas mais sozinhas dele. Ao lado tem a Igreja de San Cristobal, que tem uma vista liinda da cidade – é um ponto muito bom para ver a lua cheia nascer. Neste bairro está o Mercado San Blass, um mercado local menor que o de São Pedro – e muito mais tranquilo!, com boas opções de almoço, de bancas com bastante diversidade de frutas e verduras, aonde você pode também pode tomar sucos feitos na hora.

Teatro Municipal + Casa de la Cultura Cusco: tem várias atrações gratuitas, mas tem que ir no local para ver a programação. Também tem opções pagas.

Não vá embora de Cusco sem…

– Comer chocolate da marca Ibérica;

– Dar um pulo nas hot springs de Cocalmayo;

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– Tomar chica ou frutillada (as que são levemente alcoólicas – a “antiga cerveja dos incas”);

– Tomar té piteado;

– Visitar a Rainbow Mountain;

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– Caminhar, subir e descer muito pelas ruas;

– Visitar o Vale Sagrado dos Incas.

Circuito do Vale Sagrado

Estes são passeios alternativos para quem já fez as principais atividades de Cusco e ainda tem um tempo livre antes de seguir para MP ou que quer aprofundar mais seus conhecimentos sobre o funcionamento da civilização Inca. Nesta região que chamam de Vale Sagrado estão diversos centros arqueológicos (agrícolas e religiosos) que foram tão importantes quanto MP, tendo bastantes histórias envolvidas, sem esquecer-se da beleza desta região toda que é rodeada por Apus (montanhas sagradas) com mais de 5 mil metros de altura.

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Comprando o boleto turístico de 12 entradas (130 SOL, válido por 10 dias) você tem acesso aos Centros Arqueológicos mais importantes desta região e da cidade de Cusco. Se você tiver menos tempo também tem a opção de comprar o boleto de apenas 4 entradas (70 SOL, válido por 1 dia) e visitar somente alguns destes Centros (existem diferentes combinações que se pode fazer). O único lugar que está à parte do boleto turístico são as Salineras de Maras (10 SOL), um lugar com mais de 5 mil poças de água salgada de onde extraem o sal desde a época dos Incas.

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Onde ficar em Cusco

Esse é um dos nossos hostels mais intensos. O Wild Rover é um daqueles party hostels que muitos mochileiros não vão nem lembrar que visitaram. Você esperaria menos que isso do maior bar irlandês da América do Sul? Não existe um momento de silêncio aqui entre as happy hours, sets de DJS peruanos, exibição de jogos ao vivo e muitos eventos sociais (torneios de beer pong, aulas de salsa e festas, só para falar de alguns). O bar é a prova de som, então você não vai ouvir nadinha do seu dormitório ou quarto privativo com sua própria sacada. Falando nisso, a vista do Wild Rover é tão linda que até mesmo hóspedes de outros hostels vão para lá para aproveitar… Você não vai querer ser o único a perder isso!

Confira aqui os melhores hostels em Cusco.

Lima – A capital peruana

Lima é uma cidade gigante, uma incrível mistura entre metrópole, deserto e vibe litorânea. Segunda cidade mais populosa da América Latina, a capital peruana tem muito a oferecer para todos os tipos de viajantes com museus incríveis, vida noturna agitada, cozinha de classe mundial e arquitetura do tempo colonial. Os pontos turísticos da cidade são visitáveis por conta própria – caminháveis ou com táxi (que são muito baratos), e quatro/cinco dias intensos são suficientes para você poder fazer “uma boa geral” na cidade.

Quando visitar Lima é importante ter em conta que esta cidade foi a capital do Virreinato (o Vice-Reino do Peru, como chamavam, que foi uma divisão administrativa espanhola), ou seja, a cidade mais importante das Américas na época em que a Espanha dominava maior parte do nosso continente. Portanto, tem muita história para ser descoberta quando estiver turistando por lá. Uma maneira que eu acho muito fácil e bacana de conhecer a história das cidades é por meio dos Free Walking Tours locais. Quase todas as cidades mais turísticas do Peru tem ao menos um grupo destes organizados, e em Lima não poderia ser diferente. Existem Free Walking Tours nos bairros Centro, Miraflores e Barranco, além dos tours de bike que podem ser feitos por essa mesma região.

Outro dos must do em Lima é experimentar a comida da capital gastronômica da América, considerada por muitos como uma das melhores do mundo. Devido à sua proximidade do mar, é um ótimo lugar para comer frutos do mar bem frescos e deliciosos. Coloque no seu cardápio o ceviche, um prato básico da cozinha peruana que tem o peixe cru como base. Se quiser dar um mergulho gastronômico mesmo, no bairro Miraflores você encontra um dos 10 melhores restaurantes do mundo, o Maido.

O que fazer em Lima

Centro Histórico. O Centro é o coração de Lima. Apesar de ter sido danificado por uma série de terremotos neste século, o Centro Histórico foi declarado como Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO por seus diversos monumentos construídos na época da presença espanhola na cidade. A arquitetura é rica em prédios coloniais que não deixam a desejar a nenhum país europeu, com grandes igrejas, palácios e instituições públicas que ficam em prédios antigos e muito bem conservados. Se você não quiser fazer o Free Walking Tour ou explorar por conta própria (o que pode requerer uns dias extras para fazer tudo), também existe a opção de tomar os ônibus turísticos que passam por vários pontos importantes contando suas histórias. Aqui vão alguns pontos interessantes da área:

Plaza de Armas: quase todas as cidades e vilas do Peru tem uma praça central conhecida como “Plaza de Armas” e a de Lima é uma das maiores e mais impressionantes. Também foi a primeira praça pública do Peru: foi nesta praça colorida que foi fundada a “Cidade dos Reis” em 1535 e onde foi declarada a Independência do Peru. Em volta dela estão o Palácio do Governo, a Catedral de Lima, a Prefeitura e o Palácio Episcopal. A troca de guarda no Palácio do Governo pode ser assistida diariamente às 11:45h, e as visitas guiadas (gratuitas) no interior do prédio são oferecidas de segunda a sexta, das 10 às 12:30h.

Convento São Francisco de Assis: próximo a Plaza de Armas, este é um conjunto arquitetônico no estilo barroco que, junto com suas obras de arte, nos fazem viajar no tempo. Mas isso não é o mais importante; o ponto ápice do passeio são as galerias subterrâneas (ou catacumbas) que foram construídas no século 16 para evitar a proliferação de doenças como lepra ou varíola. Hoje em dia é possível visita-las em um passeio um tanto creepy, onde mais de 25 mil corpos foram armazenados até 1810, quando o espaço foi desativado.

Museus: nessa área existem 2 museus que valem bastante a pena conhecer. O Museu do Banco Central de Reserva Del Peru (BCRP) traz um panorama da cultura e história da arte no país, passando por peças dos períodos pré-colombianos até pinturas do século 19 e 20. O Museu de Arte de Lima (MALI) possui salas com obras pré-colombianas, coloniais, republicanas e contemporâneas, representadas com tecidos, fotografias, platería e desenhos/pinturas. O prédio e o jardim do MALI, por si só, já valem a visita. : )

Rua Jirón Ica e Jirón Ucayali: não deixe de passar nesta rua linda que é exclusiva para pedestres, assim fica mais fácil de perder-se olhando as inúmeras fachadas de mansões coloniais bem conservadas, além do Palácio Torre Tagle, sede do Ministério das Relações Exteriores. Aí estão os balcões, portões e fachadas mais bonitas da cidade – para pirar a mente de qualquer apaixonado por arquitetura! Além disso, nesta rota fica o Centro Cultural Inca Garcillaso, que tem uma programação cultural bem interessante e gratuita.

Bairro Miraflores: Este é o bairro mais turístico de Lima, mas também o mais seguro e tranquilo de caminhar da cidade. Aí estão as maiores opções de hotéis/hostels e restaurantes, num ponto estratégico da cidade já que desde aí é muito fácil ir para qualquer lado. O bom é que mesmo sendo um ponto de “gente de plata” é possível encontrar opções relativamente baratas. Este bairro ainda tem atividades legais para serem feitas, além do passeio mais clássico de qualquer cidade que tenha mar por perto: caminhar pelo malecón (calçadão) à beira mar (que neste caso, fica em cima de um barranco). A seguir alguns destes outros passeios legais por este Bairro:

Shopping Larcomar + Parque do Amor: são dois pontos com uma vista bem bonita para o Oceano Pacífico. Sempre me encanto vendo os por do sois no Pacífico, já que é uma coisa que nós, brasileiros, não temos a chance de ver pelo nosso Brazilzão, né?! Larcomar e o Parque do Amor estão conectados por este malecón e é possível ir caminhando de um ponto ao outro. Vale lembrar que nos fins de semana ir ao Parque do Amor é um programa dos locais, então fica BEM cheio. Se você não curte muito tanta gente deixe para visitar o local durante a semana.

O Parque do Amor é em cima de um barranco enorme, cheio de flores, e tem uma escultura de duas pessoas beijando-se, um perfeito cenário “romântico brega”. O Larcomar é um shopping não muito comum, em cima deste barranco, com todo o charme da sua bela vista, por isso mesmo é que recomendo. É bastante popular entre os turistas gringos e os preços não são os mais favoráveis aos bolsos dos brasileiros, mas se você está podendo, vale a pena dar uma olhada nas lojinhas de souvenirs, ver o entardecer e tomar uns drinks enquanto isso. Há opção de cinema e restaurantes.

Parque Kennedy (Parque Central de Miraflores): o parque funciona como um ponto de encontro na cidade. Sempre está florido e volta e meia tem umas feirinhas temáticas. Na parte do Paseo de los Pintores muitos artistas vão aí para expor e vender sua arte. Em sua volta estão pontos como a Igreja da Virgem Milagrosa, construída em 1939, e o Palácio Municipal, uma espécie de sub-prefeitura do bairro de Miraflores que tem uma sala de arte dentro. Sempre com movimento, é um bom local para ir tanto durante o dia e tomar um café quanto à noite para aproveitar e ir a um dos vários restaurantes e bares que estão nas redondezas. Por curiosidade, o Parque Kennedy é o lar de mais ou menos 60 gatos (vai saber que rapidez se reproduzem!) e por isso também é conhecido como o “Parque dos Gatos”. Ninguém sabe na verdade como chegaram aí e ficaram, mas segundo os vizinhos isso já tem mais de 20 anos.

Sítio arqueológicos de Huaca Pucllana e Huaca Huallamarca: imagine entre prédios e carros encontrar restos de civilizações pré-incas. Em Lima isto é possível! Cerca de onde os bairros de Miraflores e de San Isidro se encontram ficam dois importantes sítios arqueológicos. Complementares entre si, mostram aspectos de diferentes culturas pré-incas, sua arquitetura e organização social. Este passeio pode lhe ajudar a entender ainda melhor os Incas quando estiver visitando a região de Cusco.

O sítio de Lima mais visitado, Huaca Pucllana, era um importante centro cerimonial e administrativo e foi construído em forma de pirâmide, com tijolos feito a mão (chamados adobe). Está em processo de restauração desde 1981. Pagando somente a entrada do local você tem direito a uma visita guiada. Já no sítio arqueológico de Huaca Huallamarca, que é menos conhecido que o de Pucllana, está um antigo templo cerimonial. Também feito em formato de piramidal, em sua base esta um museu com algumas peças e explicações sobre o templo.

Parque da Reserva: Conhecido como Parque de las Águas ou Circuito Mágico del Água e inaugurado em 1929, o Parque da Reserva é um dos lugares mais surpreendentes de Lima e fica perto do Centro Histórico. O Parque é reconhecido pelo Guinness World Record por conter o maior complexo de fontes do mundo. É um passeio ótimo para fazer durante o dia e estar entre os vários hectares de área verde no meio da Capital. No entanto, é à noite que toda a magia acontece: as luzes das diversas fontes de água do parque são acesas e um verdadeiro espetáculo começa com diferentes cores e formas que seguem as melodias das músicas. Se você estiver pasando somente 1 dia em Lima, esse é o lugar para você ir! Fica na Av. Arequipa, Lima. De terça a domingo, de 15 às 22:30h. Horário dos espetáculos: 19:15, 20:15 e 21:30. Entrada: 4 SOL.

Mercado de Surquillo: Não tão longe do Parque Kennedy, está este Mercado Público que tem tudo que é pruduto natural. O mais legal é que é um mercado aonde os locais vão, o que torna essa vivencia ainda mais bacana! Como um bom Mercadão, é um bom lugar para ter o primeiro contato com todas as frutas diferentes que o país tem – entre elas granadilla e chirimoya (frutas que fiquei viciadíssima hehe) – além dos grãos e outros ingredientes utilizados na cozinha popular peruana. A única dica aqui é cuidar com os seus pertences. : )

Mercado Inca: Bom para quem quer comprar umas lembrancinhas. Aí você encontra uma grande variedade de tecidos, bolsas, camisas, joias, etc. Se você estiver indo para Cusco depois, deixe para comprar “coisas incas” na cidade de Cusco mesmo, pois é bem mais barato.

Museu Larco: Este é um dos museus arqueológicos mais importantes da América do Sul, com mais de 45 mil peças de diferentes povos que estiveram no território peruano desde 2.000 a.C. Com um panorama geral da história anterior aos Incas e uma organização em ordem cronológica, a compreensão é garantida – e sem dúvida é uma das melhores introduções ao mundo Inca que você pode ter antes de chegar à região de Cusco/Machu Picchu. Visitas guiadas em português estão disponíveis, mas tem que agendar com antecedência.

Peña: Para festiar na maneira peruana-clásica, você tem que ir a uma Peña – uma baladinha com shows folclóricos de música criolla. Existem vários tipos de Peñas, das mais turísticas às locais. Se você quiser pegar o feeling musical antes de entrar em uma, escute Embajadores Criollos. É importante saber que a maioria funciona de quinta a sábado, e nos lugares mais populares é necessário reservar uma mesa com antecedência porque durante os shows todos devem estar sentados. Mais turística: Las Brisas del Titicaca. Mais tradicionais: Peña De Rompe y Raja, La Oficina e Don Porfirio. De tudo e tod@s: Peña Del Carajo.

Onde ficar em Lima

Casa Wayra

Este B&B ganhou o meu coração com o seu patiozinho que é muito boa onda! Adorei ficar aí para curtir um pouco, dar uma pesquisada nas próximas viagens e descansar das pernadas longas que se faz em Lima. Esta localizado no Bairro Miraflores, ou seja, fica num ponto relativamente seguro, em que você pode sair para caminhar sem se preocupar tanto com a sua segurança. As camas e os chuveiros são bons. Outra coisa que gostei também é que tem ambientes de descontração/interação entre os hóspedes, mas não é “party hard”. Super tranquilo para estar bem descansado e pronto para o próximo dia de exploração.

Nazca – E as linhas que não são linhas

Para começar bem e não parecer um turista que apenas decorou o que ouviu por aí, pense no “não são pedras, são aerólitos” que neste caso aplica-se como “não são linhas, são GEOGLIFOS”. É isto que verdadeiramente são as famosas “Linhas de Nazca”, que, segundo a queridinha Wikipedia “é uma grande figura feita no chão (geralmente com mais de quatro metros de extensão) em morros ou regiões planas”.

Há muitas suposições e teorias em torno das Linhas de Nazca (ok, chamarei assim mesmo) e nenhuma conclusão definitiva a respeito de como foram feitas. Eu continuo pensando que Eles 👽 estiveram/estão por aqui. Uma das teorias mais aceitas é que as Linhas de Nazca estão de alguma forma relacionadas religiosamente à disponibilidade de água para o crescimento e cultivo de alimentos (tendo em mente que Nazca é um dos lugares mais secos do mundo!). Verdade ou não, é um mistério que continua atraindo historiadores e turistas curiosos por todo o ano. Declaradas pela UNESCO como Patrimônio Mundial, as linhas variam de tamanho (30 a 200 m – imaginem isso!) e assumem forma de animais como macacos, lagartos, beija-flor, tubarão, etc.

Existem 2 opções para observá-las, uma barata e a outra mais cara. A barata (3 SOL) você sobe na torre/mirador e consegue ter uma vista de 2-3 desenhos. A mais cara consiste em fazer o vôo e ter uma vista de cima bem melhor, conseguindo ver praticamente todos os geoglifos que se estendem por quase 80 km. Para fazer o voo é recomendável passar a noite na cidade de Nazca (que não tem muito o que fazer) e sair bem cedo na manhã para pegar menos vento (os aviões são pequenos). O custo está em torno de 80 USD + taxas aeroportuárias (em torno de 30 SOL) e duram 25 minutos.

Onde ficar em Nazca

Nanasqa Hostel

Tem um ambiente bem aconchegante que deixa fácil a interação entre os hóspedes e um staff super simpático. Ficar aí não significa estar na parte mais central da cidade, mas o espaço em si é legal para ficar e descansar. Além do que, como Nazca não é muito grande, a localização central não vai fazer muita diferença. Tem sempre água (quente) no chuveiro – leve em consideração que lá, no meio do deserto, em alguns lugares não tem sempre. Se você quiser explorar outros pontos alternativos em Nazca, além do fazer o clássico voo sobre as Linhas de Nazca, você pode marcar um tour diretamente nesse hostel.

Arequipa – “La Ciudad Blanca”

Conhecida como “La Ciudad Blanca” por suas construções feitas em sillar, uma pedra retirada dos inúmeros vulcões que estão ao seu arredor, Arequipa entrou para a lista da Revista Forbes entre as 10 cidades do mundo para visitar em 2018. Está à 2.300m de altitude e é cercada pela Cordilheira dos Andes e os vulcões Misti (mais famoso, grande e elegante – “el Caballero”), Chachani (“el Querido”) e Pichu Pichu (“la tapa superior”) deixando a cidade ainda mais charmosa.

📷 @aligallo7

A segunda maior cidade do país é muito mais transitável que Lima e combina uma arquitetura estilo espanhol, com atividades de aventura e uma excelente gastronomia. O seu Centro Histórico é lar de numerosos conventos religiosos, mosteiros, igrejas católicas e museus – por esta razão, recebeu o título de Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO. Alguns ainda dizem que a sua Plaza de Armas é a mais bonita do país. O clima costuma ser sempre agradável, com sol e brisa fresca. Impossível não amar.

Para completar, Arequipa tem uma das melhores gastronomias do Peru, com pratos famosos como o rocoto relleno (pimenta recheada) e chupe de camarones (sopa/caldo de camarão). Também nesta região toda é onde ficam as mais tradicionais Pincanterias do Peru, que servem comidas típicas dos Andes, como pratos com alpaca, quinua, porquinho da índia e as famosas chichas – a cerveja dos Incas.

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Mesmo com tudo isso, o principal destino para a maioria dos que vão visitar Arequipa é o Vale do Colca (em Chivay e arredores). Neste vale é que esta o Colca Canyon, o segundo canyon mais profundo do mundo, quase duas vezes mais profundo que o Grand Canyon nos EUA (os peruanos são muito orgulhosos em dizer isso!), atingindo uma profundidade de 4.160m. O Vale, além de paisagens lindíssimas e alguns oásis perdidos na secura desta região, também tem muitos exemplos de terraços agrícolas Incas, sistemas de irrigação e fontes termais. É no passeio ao Colca Canyon que podem ser avistados os esplendorosos Condores, aves sagradas para a civilização Inca que representa a conexão com o mundo superior, que podem atingir mais de 3m de envergadura (imaginem isso!). Vê-los voando é uma daquelas coisas na vida que marcam a gente: são majestosos, gigantes, atentos às presas, e tem um voar lindíssimo de se observar.

O que fazer em Arequipa

– Faça o Trekking ou Tour de 1 – 3 dias no Vale do Colca: conheça o segundo canyon mais profundo do mundo, veja os condores voando livremente, durma em oásis perdidos no meio das secas montanhas e se delicie com um banho de água termal. Os tours podem variar entre 26 e 50 USD, depende da quantidade de dias do tour que você escolher, e normalmente não está incluso neste valor a entrada ao Colca Canyon que vale 70 SOL.

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– Passeie a pé pelo Centro Histórico de Arequipa, Patrimônio Mundial da UNESCO. Se quiser entender melhor, faça um Free Walking Tour que tem visita diária à cidade e é gerido por estudantes universitários locais operados com uma gorjeta. Altamente recomendado.

– Vá ao Mosteiro de Santa Catalina e volte no tempo mais de 400 anos para fascinante coleção de edifícios coloridos em estilo ibérico, anteriormente lar de 450 freiras.

– Experimente a pratos da culinária local como o rocoto relleno (cuidado, pode sem BEM picante) e o chupe de camarones (sopa de camarão) ou ainda vá a uma das tradicionais Picanterias locais.

– Conheça a Múmia Juanita, a múmia de 500 anos de uma adolescente que foi oferecida à Apu (montanha sagrada) Ampato que acabou sendo muito bem preservada pelo gelo das montanhas. Hoje é mantida no Museo Santuarios Andinos em um congelador a -26°C, e está exposta somente de maio a dezembro; nos outros meses é retirada para estudos em laboratório.

– Confira algumas das exposições dos vários Museus de Arequipa: Museu de Arte de Arequipa, Museu Arqueológico da Universidade Católica de Santa Maria, Museu Arqueológico da Universidade Nacional de San Agustín, Museu dos Santuarios Andinos (onde esta a Juanita).

Onde ficar em Arequipa

Casa de Avila

Esse hostel não possui quartos compartilhados, mas às vezes isso vale ouro numa viagem, né?! Assim gente… o jardim deste lugar é TUDO! Muito lindinho mesmo. E, para completar, o café da manhã (bem completo) é servido alí fora, então, na manhã em que fiquei, me senti uma madame de vacaciones, lendo um livro da mini biblioteca que eles têm e tomando um sol de boas. Incrível! Tudo é limpinho e o chuveiro é quente. Está bem localizado: fica a apenas quatro quadras da Plaza de Armas de Arequipa.

Puno – E o místico Lago Titicaca

Puno é uma loucura! Daquelas cidades um pouco bagunçadas, mas que, no fim, do seu próprio jeito, faz tudo dar certo. Tivemos a oportunidade de estar aí justo num dia em que havia feira nas ruas centrais, e experimentamos um pouco dessa “loucura boa”. É uma cidade muito autêntica, que parece pouco preocupada com o que os outros vão dizer. É banhada pelo Lago Titicaca (principal atração da região compartida com a Bolívia, onde está localizada a famosa Isla del Sol), que, além de ser o lago navegável mais alto do mundo, tem uma vibe única, mística, de cura e de conexão. Depois de conhecer um pouco das Ilhas do Lago e passar algumas horas navegando nele, consigo minimamente entender porque existem tantos mitos dizendo que os fundadores da civilização Inca foram criados por Pachamama (Mãe Natureza) e o Deus Sol justamente aí, para mais tarde chegar até Cusco – dois pontos energéticos incríveis!

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A cidade em si tem vários bares e restaurantes bem bacanas. No pouco tempo que estive aí consegui passar pelo malecón (calçadão) do centro e descobrir vários lugarzinhos bem especiais. A beira do Lago também é outro ponto de encontro, tanto de turistas como moradores, com várias opções de restaurantes e área para caminhar e sentir-se turista 😎.

Na parte de trás da cidade, em cima de um dos morros, tem um monumento de um Condor. É possível chegar aí fazendo um trekking de leve e ter uma fantástica vista da cidade e do Lago Titicaca. Observação importante: tenha em mente que este é um lugar em que muitos podem sentir um pouco do mal de altitude porque Puno está ainda mais alto que Cusco, a 3.820m de altura. Uma dica: não vá embora sem comer os peixes ispis (próprios do Lago Titicaca) no Mercado Central ou na beira do Lago.

O que fazer em Puno

Tours em Puno – Uros Islands | Full Day Tour | Homestay. Assim são chamados as 3 opções de tours mais conhecidas que se pode fazer no Lago Titicaca. De tão “para gringos” todos já conhecem assim mesmo os nomes dos tours, em inglês. No Uros Islands você conhece as famosas Ilhas Flutuantes de Uros e as famílias que vivem nelas, com seu modo de viver, a maneira de construir as Ilhas, etc. Dura 2 horas aproximadamente e custa 10 USD. No Full Day Tour (1 dia) você passa por Uros e ainda vai conhecer a Ilha de Taquile; aí você anda bastante tempo de barco e chega num povoado bem bonito, tem algumas horinhas para caminhar, algumas histórias do guia para ouvir e aprender um pouco sobre cultura local. Depois tem direito a um almoço local, voltando para Puno já entre 4 e 5 da tarde. Custa em torno de 37 USD. Já no Homestay (2 dias) você faz tudo isso, e ainda passa a noite numa casa da família em uma Ilha chamada Amantani. Nessa Ilha você tem a opção de fazer um hiking até um dos templos (Pachamama ou Pachatata) e ver o por do sol mágico no Lago Titicaca.

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Confesso que achava meio turística demais pros meus padrões viageiros a ideia de visitar Uros Islands. Pulei de Arequipa direto à Copacabana (Bolívia) na minha primeira viagem. Agora, depois de ter ido, posso dizer que sim, é bem turístico mesmo. No entanto, por trás de toda essa história do turismo na região, posso lhes dizer também que é uma experiência muito válida de ver/conhecer. A maneira como eles constroem, mantem e vivem nas Ilhas Flutuantes é realmente impresionante. São mais de 100 ilhas onde tudo é feito da planta Totora. É a partir dela que eles fazem a base (com as raízes) e a superfície da Ilha (com a planta), constroem as casas, preparam os alimentos queimando-a, fazem os barcos que servem de transporte para irem trocar alimentos em Puno e também de “transporte do amor” para namorarem. Acreditem, até mesmo limpam os dentes comendo parte branca do caule da planta. Tudo 100% totora.

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São mais de 2 mil pessoas vivendo neste conjunto de Ilhas, e cada ilha tem um presidente. Eles tem um sistema de rotação para o turismo, assim as famílias se revezam e todos recebem os turistas para mostrarem o seu estilo de vida. Na ilha principal – a “capital das ilhas” – tem escola para as crianças que é pago pelo Governo do Peru. Eles não tem polícia e dizem não necessitar disso: continuam vivendo nas antigos princípios quechua Ama Sua (não sejas ladrão), Ama Llulla (não sejas mentiroso) e Ama Quella (não sejas preguiçoso) e na ideia de “AYNI” (hoje eu por ti e amanhã você por mim). Estes pensamentos reinam praticamente em todos os povoados das Ilhas que conheci, e assim conseguem manter a ordem e ajuda mútua. Tão bonito isso! <3

Existem outros pontos para ser visitados (em terra firme mesmo) fora do trecho convencional. São estes: Lacchón, Sillustani, Chicuito e Aramu Muru.

Onde ficar em Puno

Bonny Hostel

Está bem perto da Plaza de Armas e dos principais pontos a visitar de Puno. Assim como praticamente todos os outros hostels da cidade, é bem simples. Mas não peca em nada: tem camas confortáveis, banho quente e wifi funcionando. O staff também conhece bem a cidade e pode te ajudar com boas dicas do que fazer/não fazer.

Paracas – Pura beleza natural

É uma cidadezinha da costa do Pacífico, relativamente perto de Lima (ao sul), com uma vibe bem relax e várias opções de atividades ao ar livre como prática de windsurf e quadribikes nas grandes dunas que a cercam. Aqui fica outro grande mistério do Peru: o desenho de um cactos (??) nas dunas! Pouco se sabe sobre quem ou quando esse desenho foi feito – e como que se mantém, visto que foi feito na areia.

Algumas caminhadas em torno do Parque Nacional de Paracas e a visita às Ilhas Ballestas – uma versão “pobre” das Ilhas de Galápagos no Equador pelo seu tamanho bem menor, mas tão importante quanto. As ilhas fazem parte do Parque Nacional de Paracas que, com dois terços de sua abrangência no oceano, tem a principal função de preservar o ecossistema marinho desta região. Pode-se observar grandes colônias de leões marinhos, tartarugas ameaçadas, pinguins de Humboldt, golfinhos e aves como atobás vermelhos, pelicanos, etc. Existem alguns tours que te levam ao mar para conhecer estas ilhas: custam em torno de 15 USD e duram 2 horas. A entrada ao Parque Nacional custa 10 SOL.

O que fazer em Paracas

– Explore/caminhe/conheça o Parque Nacional de Paracas + Ilhas Ballestas;

– Alugue as quadribikes para dirigir nas dunas gigantes (com cuidado, por favor!);

– Se for treinado, pratique windsurf;

– Coma comida da praia;

– Pegue umas cervejinhas e não perca o lindo pôr do sol no Pacifico.

Onde ficar em Paracas

Kokopelli Backpackers

Fica de frente para o mar, tem piscina, mesa de sinuca, caiaques e stand up paddle disponíveis para usar… Não vai faltar o que fazer nesse hostel! Os quartos são limpos e a cama é boa. Isso tudo num preço de mochileiro. Adorei! Também se quiser aprender a fazer kitesurfing, eles têm parceria com uma escola. Se for ficar aqui mesmo, tenha em mente que é um hostel onde tem bastante festa.

Huaraz Um paraíso andino

Conhecida como a capital peruana dos trilheiros, escaladores e exploradores, Huaraz é conhecida com um dos melhores lugares para fazer tais atividades ao ar livre na América do Sul. Nos últimos anos aumentou a busca e prática de outros esportes como mountain biking e asa delta. A cidade é ponto de encontro daqueles que estão partindo ou retornando de suas aventuras nessa região que fica de 7 a 8 horas de Lima de ônibus.

É o lar da Cordilheira Blanca – a mais longa Cordilheira tropical da América do Sul, e um lugar mágico aos amantes da natureza: tem 200 lagos alpinos (lagos em altitudes elevadas), 600 glaciares e incomparáveis vistas por todos os lados. Aí está o Parque Nacional de Huascarán que é uma das Reservas de Biofera da UNESCO e Patrimônio Mundial da Humanidade. A maioria dos picos das montanhas está cerca dos 6 mil metros de altura, mas o topo mais alto do Parque (e do país), o Huascarán, chega a 6.768m de altura. Ou seja, se prepare para a altitude!

Além de explorar parte da Cordillera Blanca e o Parque Nacional Huascarán, com seus inúmeros picos nevados e lagunas azul turquesa, também há chance de conhecer alguns complexos arqueológicos como o de Chavín de Huántar, Huilcahuaín e toda a Serra Oriental de Áncash. Os melhores meses para ir visitar são entre Maio e Outubro (temporada seca) – sendo que Julho e Agosto são os melhores. Na época de chuva continua visitável, mas os aventureiros têm que estar preparados para estarem molhados e enfrentar o friozinho que faz. Antes de começar a fazer as várias opções de trekking tenha certeza que você está bem aclimatado já que as caminhadas começam em 3.900m e seguem para o alto. Não tenha medo em passar uns dias na cidade de Huaraz e esperar até que esteja minimamente preparado (digo minimamente porque é difícil estar 100% preparados para um hiking há 5 mil metros de altura).

Falando na cidade de Huaraz, ela é uma cidade bem simples no meio das montanhas. Conta com vários barzinhos, restaurantes, hotéis – tudo na onda da simplicidade. Nos anos de 1970 Huaraz sofreu um grande terremoto e quase toda a cidade foi destruída; a parte norte mais ainda, porque junto com o terremoto teve um avalanche que levou parte do que ainda sobrou. Existe uma rua que ficou preservada depois do terremoto – vale a pena a visita para ver a diferença entre as construções antigas e as novas. Algumas outras opções para quem não quiser ficar em Huaraz são as cidadezinhas de Yungay ou Caraz, que também servem como pontos de partida para algumas trilhas.

Melhores trekkings

Definitivamente o trekking mais conhecido nessa região é o da Laguna 69. É realmente de tirar o fôlego, literalmente, porque além de ser um dos mais lindos é um dos mais de difícil acesso: são 3 horas e meia de caminhada, partindo dos 3.900m até os 4.600m de altitude. A Laguna, formada pelo degelo da neve da montanha, tem uma coloração turquesa lindíssima! Este tour pode custar entre 15-20 USD e dura todo o dia, saindo de Huaraz.

Um outro passeio bem clássico é o das Lagunas Llanganuco, a 2 horas e meia de carro de Huaraz (80km). São duas lagunas, e a mais bonita é o da Llanganuco Chinancocha, mas né, cabe a você escolher a sua. O tour, assim como os outros dessa região, acaba consumindo quase todo o dia já que fica longe do ponto de partida.

A Laguna Llaca (Parque Nacional Huascarán) fica mais perto de Huaraz (22km) e mesmo não tendo a coloração turquesa é um lindo passeio pelo cenário ao seu entorno com as belíssimas montanhas e a trilha, que juntos com o lago se complementam de forma única. Está em 4.470m de altitude.

A 100 km de Huaraz, um passeio dos mais distantes, está a Laguna Paron. É incrível! A cor da laguna é um turquesa mágico, que, junto com a Montanha Garcilaso (5.890m de altura) em forma de pirâmide ao fundo, deixa este ponto muito recompensador. Ainda tem a opção de caminhar um pouco em volta da Laguna que está a 4.170m.

Outro dos passeios clássicos de Huaraz, o Glaciar Pastoruri (5.400m de altitude) no Parque Nacional de Huascáran é a prova viva do aquecimento global e aí você pode vê-lo de pertinho. Ainda sim, ele é um gigante e poderoso glaciar! Alguns dizem que vai desaparecer até 2030, então, não percam tempo para ir visitá-lo. 😉

Resumindo, há uma variedade de tours e locais diferentes (e lindos!) que você pode visitar nessa região toda. Existem caminhadas que você pode fazer solo, mas também, pela facilidade do transporte e informação sobre o local, vale a pena contratar uma agência que pode ter um tour privado ou em grupo – depende do seu budget! Na cidade de Huaraz você consegue encontrar os tours certos para o seu caso; aproveite o seu tempo de aclimatação à altitude para buscar a melhor opção para você : ) Também há como chegar no Parque Nacional de Huascarán de transporte público partindo de Huaraz. Dentro do parque existem mais de 25 circuitos de caminhada e 102 de escalada. Os preços da entrada variam entre 10 SOL (1 dia), 20 SOL (3 dias de permanência) ou 65 SOL (21 dias de permanência).

Outros passeios por Huaraz

Ruínas de Chavín de Huantar. Chavín foi uma civilização pré inca (entre 1.500 e 300 a.C.) que influenciou outras que estavam por vir como a Paracas, Nazca e os próprios Incas. Eles construíram este templo – centro administrativo e religioso – aos pés da Cordilheira dos Andes (3.185m), com entrada estratégica à selva amazônica. A estrutura mais imponente é conhecida como “El Castillo” (Templo Mayor) e tem um alto grau de perfeição alcançado em matéria de engenharia e polimento de pedras com formas de cabeça humana que se sobressaem dos grandes blocos que sustentam o lugar.

O sítio arqueológico está em escavação até hoje e felizmente é possível visitá-lo. Tem fácil acesso desde Huaraz (2h em ônibus) e, além de ir cedo para evitar multidões, recomendo contratar um guia para entender melhor o que passou por aí, com direito a uma imersão à cultura pré-inca que também é fascinante.

Hot Springs (Águas termais). Depois de tanto caminhar, uma hot springs é merecida né?! Pois bem, recomendo a Monterrey hot springs (Entrada 4 SOL). Tem uma vista bem linda das montanhas e você pode aproveitar bastante para relaxar mais ainda. Com uma base simples, a água não é a mais quente do mundo, mas você tem a opção de escolher entre as águas termais públicas ou uma em um espaço particular (pagos a parte da entrada, que, acredito eu, pareciam ser mais quentes). Você pode chegar de ônibus (3 SOL) ou táxi até aí desde Huaraz. Obs.: existem outras várias opções de banhos termais na região de Huaraz.

Onde ficar em Huaraz

Aldos Guest House

Este lugar tem um terraço com uma vista especial da Cordilheira, lindíssima! É perto da parte mais central da cidade, então tem tudo o que você precisa por perto. O hostel é simples, as camas são confortáveis, o ambiente/staff descontraído e é possível usar a cozinha (que também tem uma vista e tanto das montanhas). Gostei!

As selvas do Peru Difícil decidir qual visitar

Praticamente dois terços do Peru são florestas tropicais e as opções para explorá-la são inúmeras, desde fancy lodges até trilhas independentes em roots style. Existem três regiões principais onde é possível fazer excursões à Floresta e experimentar a verdadeira vitalidade da selva peruana: Manu, Tambopata e a região de Iquitos. O mais importante é escolher qual destino de selva se encaixa melhor com seu tipo interesse, tempo e orçamento.

Quase todas as agências que vendem atividades ao ar livre vão ter um pacote em alguma das regiões de selva. Algumas, é claro, tem alternativas mais orientadas para a imersão do que outras. Muitas pessoas optam por ter apenas um leve gosto de selva, complementando sua viagem para Cusco e Machu Picchu com uma passada na selva de Manu ou de Tampobata; algumas querem passar imergidos dentro da floresta até 2 semanas para encontrar animais mais difíceis de ver, como mamíferos grandes ou pássaros específicos; outras já vão diretamente para Iquitos porque querem ver o Rio Amazonas de perto ou para ter suas primeiras experiências guiadas com a planta sagrada Ayahuasca.

Então, qual selva escolher? Calminha. A seguir explico as três opções.

Tambopata National Reserve

É uma das reservas ecológicas gigantes do Peru localizada na Província de Madre Dios, ao sudeste, fronteira com a Bolívia. A reserva tem uma biodiversidade excepcional: são quase 600 espécies de pássaros, 1200 de borboletas, e é a casa de pelo menos 13 animais em extinção. Isso tudo em mais de 10 tipos diferentes de floresta e lagos marginais por todo o seu percurso.

Visitar Tambopata é uma opção que oferece uma experiência na selva com menos despesas e menos tempo, principalmente se você já tem Cusco no seu roteiro, com boas oportunidades de observar a vida selvagem e experimentar a selva amazônica peruana com excursões praticamente diárias. Existem possibilidades de alojamentos e tours para todos os padrões. Além disso, como está localizada bem perto do Parque Nacional Manu e em uma zona com bem menos impacto ambiental que Iquitos, por exemplo, toda a biodiversidade da selva fica mais acessível, nem sempre precisando ir “mato adentro” para conseguir observar os diferentes tipos de vida do local.

O acesso normalmente é feito com voos curtos de Lima (1h 40min) ou de Cusco (55min) para a cidade de Puerto Maldonado, Capital de região de Madre Dios. Também pode ser feito por estrada: partindo de Cusco são 11h em ônibus. O acesso à Reserva é controlado e requer a contratação de um operador turístico autorizado.

Reserva da Biosfera de Manu

Das principais regiões da selva, a Reserva da Biosfera de Manu é a menos tocada pelo homem. O Parque Nacional de Manu é um Patrimônio Mundial da UNESCO, e contêm 15.000 espécies de plantas, mais de 1.000 espécies de aves e 400 espécies de mamíferos, répteis e anfíbios. Seus habitats incrivelmente variados incluem as terras altas dos Andes, florestas nubladas e florestas tropicais de terras baixas. A Reserva da Biosfera de Manu está divida em 3 partes: o Parque Nacional (exclusivo para as tribos indígenas da região, aos guardas florestais que protegem o parque e aos cientistas/pesquisadores), a Zona Reservada e a Zona Cultural – estas duas zonas são as que se pode visitar.

Zona Cultural: esta parte é a única parte da Biosfera de Manu que pode ser acessada pela estrada. O caminho é lindíssimo, passando por cima dos Andes e baixando de encontro às nuvens da Amazônia. Justo por essa facilidade de acesso, esta é uma escolha muito popular entre os turistas nessa região, sendo mais econômica que a Zona Reservada e, consequentemente, com serviços não tão excelentes quanto em outras áreas. Existem passeios de 3 dias ou mais saindo de Cusco, e já nessa parte é possível ver a ave-símbolo do Peru, o galinho das rocas.

Zona Reservada: com uma selva mais profunda, a Zona Reservada tem um acesso mais difícil e pode ser alcançada desde Cusco de carro ou avião até Puerto Maldonado seguidos de uma viagem de barco de algumas horas. Tenha fé, a recompensa é divina: a vida é muito abundante! Por este motivo é uma opção muito popular entre os entusiastas da vida selvagem e observadores de pássaros que querem um tipo específico de férias, para observação e fotografias da vida selvagem local. Por ter um acesso mais distante, os lodges e serviços que aí existem tem padrões muito melhores, mas também mais caros.

Região de Iquitos

Ao norte do Peru, bem próxima à Amazônia brasileira, está a selva de Iquitos. Assim como a nossa querida Amazônia, tem sofrido já há anos com a penetração do homem e dos operadores turísticos. Para os viajantes, porém, a região é a mais conveniente, com mais opções de expedições e pousadas operando por lá, ambos com preços mais acessíveis. Iquitos é a maior cidade do mundo que não pode ser acessada por estrada – viajar para lá só é possível via voo ou barco fluvial. Espalhadas por seu centro estão inúmeras mansões coloridas que são “os restos” dos milionários que viveram por aí durante o boom da borracha no início do século XX. É uma cidade um tanto interessante, mas, na verdade é mais usada como ponto de partida para as expedições pela selva ou cruzeiros pelo Rio Amazonas.

A região de Iquitos é um dos únicos lugares onde é possível visitar tribos indígenas que ainda são de verdade. Embora ainda muitas sejam protegidas/inacessíveis, existem algumas (Tribo Yagua, por exemoplo) que abriram suas portas para compartilhar suas demonstrações de técnicas tradicionais de dança e caça. Além disso, esta é a única região onde se pode visitar o verdadeiro Rio Amazonas (e não suas afluentes como no caso da selva ao sul do Peru). Para completar, lembro aqui que Iquitos também está muito atrelado ao turismo místico, de cura, especialmente ao turismo que envolve a sagrada planta de Ayahuasca. Existem muitos centros de cura ao arredor da cidade e o número (e busca) só cresce. É nessa região que talvez você possa “chequear” alguns itens clássicos de buckets lists: “navegar pelo Rio Amazonas”, “tomar Ayahuasca na Amazonia” e “visitar uma tribo indígena”.

Muito importante dizer que, apesar de todos estes pontos positivos sobre Iquitos, as chances de ver grandes mamíferos (que já são difíceis em qualquer lugar remoto) são bem baixas. O tamanho grande que acabou ficando a Cidade afetou diretamente às suas proximidades e o tipo de vida que existe aí, sendo menos abundantes que na parte sul, por exemplo. Se o seu objetivo é avistar fauna, a menos que você tenha disponibilidade para imersão na selva, vá para a parte sul – Manu ou Tambopata.

Em geral, os custos de viagem para Iquitos (vôos diários regulares de Lima) são geralmente caros, mas os preços dos tours na Cidade são mais acessíveis.

Onde ficar em Iquitos

Amazon House

O que eu gostei deste lugar mesmo foi da distância da parte principal da cidade. Não fica no centrão da Iquitos, mas também não fica longe, então acaba que se pode fazer tudo a pé por aí, ou se não quiser caminhar pode tomar estes “tuk tuks” que são super baratos. Tem uma sacadinha boa para aproveitar, com redes para descansar em um ambiente familiar onde todos são bem atenciosos.

 

📚 Sobre a autora 📚

Aline Gallo, guria de Porto Alegre/RS, Relações Públicas, exploradora-curiosa. Escrever é um hobbie. Viajar é remédio para curar a alma, descobrir o novo, sair do comum. É o encontro com a LIBERDADE de viver e deixar-se SER. Chris McCandles já dizia: “A alegria da vida vem de nossos encontros com novas experiências…”. Mantém o blog-projeto pessoal Go Back Pack e o Instagram @aligallo7.

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